19 Março 2021
A Emergência das Dark Stores
E se em 2019 fosse convidado a não visitar uma loja, qual seria a sua reação?
As Dark Stores não são efetivamente negras, elas cumprem um novo propósito na otimização da rede de estabelecimentos que servem toda a população e prometem não ser apenas uma moda em tempos de COVID-19. São, sim, uma nova resposta para a sustentabilidade e para a rentabilidade das lojas online.
Uma Dark Store não passa de uma loja que foi convertida ou criada como centro de consolidação logística e que permite dar uma resposta efetiva à mudança nos hábitos de consumo.
Com o aumento das compras online, aumentaram as entregas ao domicílio e as Dark Store são a solução para a origem da última etapa de distribuição, otimizando a rede logística das entregas, baixando custos de distribuição e garantindo janelas horárias de entrega mais precisas.
Este é já um modelo utilizado com frequência fora de Portugal, como é o caso da Walmart, mas já não é, na verdade, um conceito distante da realidade portuguesa. Em 2015 a Sonae MC abriu a sua primeira Dark Store (em Telheiras). Esta estratégia não é exclusiva do retalho alimentar e começa já a ser endereçada a outros segmentos do retalho, onde a competição por espaços pode até transformar o mercado imobiliário. Os conceitos de uberization e fulfillment passaram a ser uma tendência e até a Glovo já conta com uma estratégia de Dark Stores em Portugal.
Qual o risco de investimento em Dark Stores para uma marca?
O risco é falhar a rentabilidade pela abertura destes espaços. No caso da conversão de um estabelecimento, não basta avaliar a rentabilidade de uma loja. Primeiro porque os hábitos de consumo se alteraram, por outro porque o propósito de uma dark store é que faça parte de uma rede de distribuição, onde os critérios de análise tradicionais para uma rede de lojas têm de ser adaptados. Uma coisa é certa: a abertura de uma dark store não se pode basear meramente em sensações ou instintos. Mais do que nunca os dados de consumo dos clientes e a envolvente sócio-demográfica suportam as melhores decisões.
Por outro lado as ferramentas a utilizar não podem ser baseadas apenas em cálculos financeiros e obrigam a ter em linha de conta critérios relacionados com a Geografia. Uma plataforma de Location Intelligence suporta decisões de alto nível, com o conhecimento efetivo das áreas de captação com base em dados de compra (presencial e digital), e ajuda a definir prioridades de investimento pelo estudo de mais do que uma localização e a avaliar o uso que melhor se adequa a cada local. É pela combinação de camadas de informação sobre clientes, áreas de influência em torno de locais e outras informações de negócio próprias que irá permitir que os decisores transformem o risco na disrupção de negócio e, consequentemente, numa verdadeira vantagem sobre os seus concorrentes.
Uma nova era para o Retalho
A COVID-19 veio acelerar uma transformação no retalho, que não vai deixar de ter em conta a existência de lojas físicas. As estratégias Omnicanal vieram para ficar em função da transformação da jornada de compra dos consumidores, incluindo a flutuação do valor da cesta média. Com o aumento das compras online algumas lojas físicas irão transformar-se em Dark Stores ou em pontos de recolha de compras, enquanto que as restantes localizações irão apostar na experiência em loja e numa segmentação de clientes cada vez mais específica. A solução de Location Intelligence da Esri Portugal ajudará a revelar novas oportunidades de negócios nesta nova era do Retalho.